12.2.16

A Coruja e a Raposa

Antes da existência humana

Quando a terra ainda era jovem
Uma coruja solitária voava num fim de tarde
em busca de refeição.

Sem aviso,
O vento mãe irrompeu numa tempestade
e a coruja foi soprada para debaixo dos arbustos.

Decidiu esperar que a tempestade passasse,
e não arriscar a voar pelos ventos irados.

Olá - disse uma voz, com som matreiro.
A coruja virou-se e viu uma raposa vermelha.



Porque é que estás aqui debaixo do arbusto?
- perguntou a raposa à coruja.
A tempestade arrastou-me até aqui,
irei embora assim que os ventos acalmarem.


Talvez nos possamos ajudar uma à outra - aliciou a raposa.
E como faríamos isso?
Bem, sempre me disseram que as corujas são astutas.
E eu sempre ouvi, que as raposas são espertas.





De facto, somos. E esta raposa teve uma ideia…

O quê, rezar, é isso? – indagou a coruja.
Bem, eu acho que podemos fazer uma boa equipa.
De que maneira?

A coruja piou alto e a raposa rosnou ainda mais alto.
Bem, quando eu caço, todos os animais fogem do arbusto.
A coruja percebeu a ideia da raposa.

E quando eu caço, os animais fogem para o arbusto.

Então, se caçarmos juntas… – pensou alto a coruja.
Temos sempre que comer! - conclui a raposa.
Parece uma boa ideia!
A raposa esfrega então a barriga, por antecipação.
Lentamente, os ventos esmoreceram
e o que era ideia passou a realidade.
A coruja e a raposa
partilharam uma saborosa refeição.
A coruja falou de coisas astutas
contou como os ventos sussurram
e porque é que as águas lembram os nossos nomes
mesmo quando as rochas adormecem.
A raposa falou de feitos espertos
de como se transforma gelo em fogo,
e como funcionam as correntes.
Até como os trovões se formam.

Continua...


4.2.16